Década de 60
Os primeiros alunos de Mestre Suassuna em Itabuna – Bahia. Da esquerda para a direita em pé Chico Minuto, Garrincha e Clido.
Agachados, Mestre Suassuna e Polícia.
E conhecido como Luizinho – Mestre Luís Medicina, quem mais se destacou na época, hoje Mestre do Grupo Raça.
O GRUPO E SUA HISTÓRIA 1967
“Quando eu morrer, me enterre na Lapinha…
Calça culote, paletó, almofadinha…
Adeus Bahia, zum,zum, zum, Cordão de Ouro…”
Baden Powell
A Associação de Capoeira Cordão de Ouro foi fundada pelo Mestre Suassuna na década de 60, mais exatamente em 1º de Setembro de 1967, juntamente com Mestre Brasília, numa época de grandes festivais da música popular brasileira. Ao ouvir o refrão da música acima em uma rádio, os dois, já com a idéia de abrir uma academia, decidem usar o nome Cordão de Ouro, por se tratar de Besouro Cordão de Ouro, um capoeirista anterior à divisão Angola e Regional. Mestre Suassuna ensinaria Capoeira Regional e Mestre Brasília Capoeira Angola dentro do mesmo espaço. Após um curto período, Mestre Brasília decidiu fundar seu próprio grupo, São Bento Grande.
Nesta época difícil para a capoeira, quando a perseguição da ditadura e o preconceito impedia seu desenvolvimento no sul do país, Mestre Suassuna, baiano de Itabuna, recém chegado a São Paulo, continuou o trabalho e se apresentava insistentemente, mostrando as técnicas do jogo e luta, abrindo a primeira academia na capital paulista. Com intenso trabalho, não demorou muito a ter seus primeiros bambas, tais como Lobão, Esdras Filho, Tarzan, Belisco, Almir das Areias, Caio, e tantos outros.
Abrigava capoeiristas do norte e nordeste que aqui chegavam, com o intuito de melhor difundir a arte da capoeira, fazendo de sua academia a referência para a formação de uma grande safra de novos mestres em solo paulista.
A Capoeira Cordão de Ouro foi berço de muitos nomes de destaque. Além dos já citados, vieram os Mestres Flávio Tucano, Biriba, Dal, Marcelo Caveirinha, Urubú Malandro, Espirro Mirim, Xavier, Lúcifer, Torinho, Pial, Cangurú, Sarará, Zé Antônio, Ponciano, Bolinha, Geraldinho, sem se esquecer também de Mestre Cícero, Mestre Zé Carlos e Mestre Penteado, aque apesar de serem alunos netos possuem um valor inestimável para Mestre Suassuna e o Grupo Cordão de Ouro, entre tantos que completariam uma lista imensa.
Sempre irrequieto Mestre Suassuna nunca se acomodou, mantendo seu trabalho continuamente reciclado, criando após anos, o Jogo do Miudinho. Uma nova equipe de capoeiristas enriqueceria o seu acervo de contra mestre: Boca Rica, Habibs, Mintirinha, Kibe, Denis, Saroba, Coruja, Chicote, Chiclete, Kino, Pintado, Lú Pimenta, Barata, Esquilo, Romualdo e outros mais, regentes de um jogo novo e rico em movimentos plásticos, mais conhecidos como a geração miudinho.
Hoje, com inúmeras filiais no Brasil e no exterior, o Grupo COrdão de Ouro tem papel de destaque entre todos os grupos de capoeira, não só pelo que representa o Mestre Suassuna para o esporte e para a cultura, mas também pelo esforço empreendido por ele e seus adeptos. A fim de manter a capoeira num nível altamente técnico, interagindo velocidade, agilidade, elasticidade, criatividade, música e malícia, sem esquecer suas raízes.
Esse esforço tem sido compensado pela dedicação dos capoeiristas que seguem a filosofia do grupo.